Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Porque hoje eu vou fazer um samba sobre o infinito

As contradições na minha cabeça me acordaram,
E me deram azia, cedo na manhã de segunda.
As minhas e as suas. Nossas não, porque desconheço

O que há de nosso nisso.
Tem também o ciúme, que me queima o estômago,
Que me põe doente. Eu odeio esse ciúme,

Eu odeio o que há de possessivo em mim.
Como não há nada nosso (e eu não esqueço
Que você disse que de mim nada queria),

As minhas coisas flutuam nesse espaço entre nós
(As suas flutuam também? Te torturam também?),
Não ditas. Tenho medo de dizê-las e fazer com que

Você vá embora. Tenho medo de acabar a festa,
O ano-novo, os fogos de artifício.
Mas as festas sempre acabam

Com as badaladas da meia-noite.

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