Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A quem interessar possa,

Me ame. E ame alto, vibrante, ignore aquela poesia do Quintana e diga, demonstre e me aperte. Porque eu sou comum. Eu sou ordinariamente previsível. Sou qualquer coisa que você encontre por aí e que dificilmente fará falta em um ano ou dois.
Não, sério, esse não é um texto de lamúrias. Estou apenas consciente da minha insignificância e eu, de fato, não sou alguém que faça muita falta. Não às pessoas que eu normalmente quero que sintam minha falta. Ok, estou exagerando. Eu costumo exagerar. Mas puxe assunto comigo, me ligue de vez em quando, me chame para sair. Não deixe tudo na minha mão, eu fico sentindo que estou impondo minha presença e que você apenas me atura, já que não se incomoda em me procurar.
Me abrace, me surpreenda, faça coisas imprevisíveis porque eu penso demais, eu tenho medo demais, porque eu não vou fazer. Eu faço as coisas idiotas que aprendi com Hollywood que dão certo (e que nunca deram certo para mim), eu faço poemas de qualidade duvidosa e com um leve tom obsessivo, eu não grito de raiva com quase ninguém e tenho raiva de chorar na frente dos outros. Eu sou complicada de forma clichê. Muito clichê.
Só que você, pessoa desconhecida, não pode concordar comigo, não pode me achar comum. Não esteja comigo só para se confortar, eu já conforto todo mundo. Esteja comigo disposto a me dar afeto, porque é o que eu mais preciso no momento.


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Sabem o que é pior? Nem bêbada eu estou.

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