Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Poema do marinheiro inquieto -Para Tauã

Sou um marinheiro que segue frustrado em busca de uma terra para morar.
Nenhuma ilha me agrada, nenhuma água é bastante doce.
Busco de volta as incertezas, as tempestades, o balanço do oceano.

Eu queria, queria de verdade criar raízes em uma terra,
Mas sempre ouço o canto das sereias me dizendo que, não importa
Quão bela seja a terra onde estou, mil vezes mais belo é o mar.
Mil vezes mais excitante é o mar.

Contraditoriamente humano, quero a segurança de um porto
Com a excitação de uma tormenta.

Viver em terra não me contenta,
Viver sozinho não me alegra.

Sinto falta dos beijos das sereias e dos elogios dos desconhecidos
Sinto falta das noites estreladas e dos mapas novos

E, por mais linda que eu ache a nossa primavera,
Vem me vindo uma angústia para zarpar.

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