Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Poema Sazonal

Tenho os braços frouxos, pendentes.
Esta flacidez deve-se à tua ausência.

Não paro de sonhar. Não contigo.
Me afogo em um lago gelado
e te vejo. Não te culpo.

Tinhas alertado-me a respeito da finura do gelo.
Do nosso gelo.
Não era de verão nosso affaire,

Era de gelo.
De gelo e minha primavera quebrou tudo.

Eu sou a primavera tropical.
Creio que comecei a derreter-te
e tu és o inverno nórdico. (Não havia como aguentares)

Te sinto agora atrás de uma grossa
parede de gelo em estado de latência.

Não ouso tocá-la.
Não ouso nada.

Senti o frio e agora tenho medo.

Não que eu queira que sejas o verão
(O inverno tropical me bastava)

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