Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A canção da primavera

"O Rio de Janeiro é um labirinto
de ruas e morros.
Por onde escorrem e se perdem
sonhos, esperanças partidas
d’uma cidade sem passado.

Minhas esperanças escorrem
pelo rio Carioca.
Meus sonhos evaporaram
com o álcool da cozinha.

Meu amor platônico morreu.
Minhas imagens platônicas morreram.
Meus sonhos platônicos?
[Já fazem tempo.

Em tempos, sonho que,
depois do grande espetáculo,
dizes que me ama.
É patético
(eu sei)
É estranho
(nem nos conhecemos direito)

Te amei por conta da imagem
de bom moço que tinhas diante dos meus olhos.
Te desamei por conta da má vontade
da vida de me dar mais informações
condizentes com a minha imagem.

Digo que não te amo mais,
mas ainda escrevo um poema para ti.

Pensando no próximo verso:
“Espero que seja o último”.

É mentira.
Eu queria dizer “eu te amo”
todos os dias.

Eu queria ouvir
“eu te amo”
todos os dias.

Egocêntrico?
Eu sei.
Penso de forma egocêntrica.

Mas é primavera.
E eu queria ser amada.
Mas é primavera.
E eu queria ouvir
palavras doces.

Mas é primavera
e meus sonhos já secaram.

Minhas lágrimas ainda não."


Poema antigo, do ano passado. Amor platônico é um hábito meu, cheguei a esta conclusão. E isso muda alguma coisa dos meus amores? Nada.


Odeio o blogspot que não deixa as minhas "cavalgadas" direito.

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