Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Da falta

De todas as coisas que não fiz com você,
Mais me faltam aquelas cuja promessa solenemente leviana
Me encheu a boca em doce,

Me encheu o peito em vazio,
Me encheu o estômago em côdeas de esperança.
Sinto-as se digerindo em ácido
A cada cartaz que vejo do que não fomos.

E te busco. Mais em suspiros que sonhos.
E te busco, com meus dedos no quarto escuro.

Ver-te é tortura balsâmica.
Se desaparecesses, o ácido inundaria minhas roupas.
Então ainda sento no cais
E molho meus pés no sal

Vendo ao longe sua flotilha.

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