Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Há um pinheiro na minha varanda

Há um pinheiro na minha varanda.
Acordo, olho e me pergunto:
“Por quê?”
Estamos no Brasil. O que um pinheiro faz aqui?

Um pinheiro de verdade, não de plástico
(como foi desde que eu me lembro)
Não sou católica, não sou do Norte,
Por que comemoro essa droga de Natal?

Natal de um menino que não existiu,
Filho de uma pseudo-virgem com uma pseudo-pomba.
Por que eu tenho que trocar presentes,

Ficar feliz e comemorar o 2009° aniversário
De alguém que nunca nem nasceu?
Sou ateia. E nem meus pais, ateus, acreditam nisso.

Na nossa crença, eu digo. Não nesse feriado comercial.
Porque eles fazem questão de acordar, sorrir e dizer a maldita frase.
“Na nossa crença”? Na nossa não-crença, Maria.

O que raios esse pinheiro faz aqui?

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