Os dedos etéreos dos fantasmas,
aveludados, mexem em meus cabelos
e deixam marcas de fogo pela minha pele.
Gosto dos seus murmúrios
que assumem a forma de vento
e vão de encontro às árvores, me embalando.
“Vós, que sois o último vestígio de meus ancestrais,
guardai este corpo, último receptáculo de vossa semente.”
O meu corpo.
E, de noite, quando finda minha cegueira,
vejo seus rostos e ouço claramente suas vozes.
“Ide,” dizem “lança-te ao desconhecido e abraça teu destino.”
E me assusto, pois sinto o fio das Moiras
a apertar minha traquéia.
Os fantasmas sorriem e me puxam.
Acordo como criança tonta
a agarrar o ar noturno.
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Antiigoo...
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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