Tenho fome. Uma fome animalesca
E urgente que me queima as entranhas.
Uma fome de pele de homem, de carne rija
De homem, fome essa que me queima cada
Centímetro de corpo quando não saciada.
Por vezes, muitas vezes, queria mandar
Para o inferno a Moral e o Decoro
Ou ser apenas um bicho.
Digo, sou um bicho, mas tive
O azar de nascer na única espécie estúpida
Que mistura o desejo animal com um milhão
De outras coisas sem importância.
O pior é que sou tão malditamente
Humana e acomodada que sou incapaz
De apenas saciar a minha voracidade.
Não, também eu associo o desejo com
Outras coisas estúpidas.
Quando a fome aperta,
Os pensamentos pululam loucos,
Fantasias impudicas com qualquer um.
E, como uma anoréxica fecha a boca,
Me fecho, ignorando os impulsos,
Pela Moral, o Decoro e o meu Bem Maior.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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