Até o momento, sustentei a firme crença
de que minha torre era o melhor lugar do mundo
Para observar os povos abaixo
e as estrelas acima de mim.
Mas um corvo ignóbil,
sem canto doce ou plumas macias
veio até minha janela sem barras
(As princesas nunca acharam necessário prender-me de vez na torre,
considerando que nunca desfrutei da companhia delas ou me queixei de nada)
e tornou-se uma companhia das noites solitárias.
Mostrei-lhe meus mapas celestes e minhas poções,
divertindo-me com a companhia de um pássaro noturno
que, achava eu, nada queria de mim.
Tola fui ao não notar que o corvo era um bruxo que nem eu.
Tola não, estúpida.
E este bruxo encantou-me, prendendo-me em um estado ilógico.
Será apenas a solidão da torre? me indago.
Tem de ser a solidão da torre que me faz sentir assim.
Do contrário, por que me encantaria eu pelo corvo?
Sei que sou cleptomaníaca, mas não é possível
que minha obsessão chegue ao ponto de meras esmeraldas fazerem tal estrago.
Minhas forças se esvaem e minhas colegas bruxas
(incluindo na conta umas duas fadas e outras tantas princesas)
se riem de mim com a mesma velocidade que tentam me acordar.
Eu quero acordar!
Não é são gostar de taquicardia ou enjoos!
O corvo grasna, indiferente ao meu estado.
Fez ele de propósito ou estava tão sozinho quanto eu?
Não importa, busco a garrafa de vinho na adega
e me preparo para mais uma noite ilógica.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
Um comentário:
Visceral!!!!!!!
Lindo!
Bjim
Ana marta e Wilson
Postar um comentário