"A dança das flamas cega meus olhos
insistentes, que não se desviam da fogueira.
Posso eu, o Inverno, abraçar as brasas?
Menina filha da neve, com um fogo ardente no peito,
teu hálito alimenta a combustão, desfazendo-te.
Te derretes pouco a pouco, tentando alimentar teu assassino.
Todos os filhos do frio têm uma pedra de gelo como coração,
por que quiseras tu ser diferente, sabendo que morrerias?
Sofro por ti, mas nada posso fazer.
Com a minha chegada, teus irmãos se vão.
Menos tu, que lutas contra esse fluxo de lágrimas
que estás te tornando.
Não posso apagar-me por ti, não posso, criança.
Por mais que me esconda atrás de morros,
o Tempo e os cânticos dos povos me chamam.
Vou matando teus pares um a um
e te vejo perecer sorrindo, estás feliz com meu calor.
Suspiro. Por que, tola, por que foste te apaixonar
pelo Sol da Primavera?"
O "Poema Sazonal" me fez lembrar desse.
Pronto, postei.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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