Abro minhas asas de pássaro exótico.
Há tensão em meus músculos,
Estive contida por muito tempo.
Minhas penas se alongam, deixam que o vento as ame
E eu toda me estico.
São asas multi-coloridas, com um quê de fada
E um quê de bicho.
Foi o sangue pulsando vívido que as abriu.
Meu coração bate tambor pros seres
De toda a terra, toda a água e todo o ar.
Voarei. Voarei, sabe meu peito.
Não agora, não sozinha.
Voarei quando houver vento zumbindo,
Quando houver sol morno,
Voarei quando o chão parecer por demais irreal.
Voarei, sabem minhas asas.
E mal sinto mais as raízes que me prendem a essa terra.
Já basta da Terra Papagalli.
Já basta das Índias tão Orientais em pleno Ocidente.
Oriente-se, mulher! Voarei para longe do porto.
Estou viva e a terra é fértil, mas não há chuva.
Não há chuva nessas terras, não há marinheiro que as regue.
E abrem-se minhas asas e batuca meu peito
No compasso da desilusão, viu?
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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