Estátuas não amam. Deusas não existem.
Espíritos não possuem lábios para beijar.
Se me queres, não me distancies,
Não faça de mim um mito sobre o querer.
Abraça-me. Dance comigo. Veja meus defeitos,
Briguemos. Façamos as pazes.
Só não me engesse. Não me torne ídolo ou assombração.
Não me chame por “princesa”, “deusa”, “musa” e suas variações.
Aceito outros nomes que não o meu; nomes humanos,
De bichos ou de plantas, mas nomes de coisas que perecem, de coisas imperfeitas.
Chama-me de “flor”, de “rosa”, de “raio” ou de “rio”,
Chama-me sem nomes, mas lembra-te sempre que sou humana.
Humana. Humana. Humana.
Fatigável, irritadiça, inconstante, exagerada.
Sangro, suo, choro, salivo. H-u-m-a-n-a.
Fugi da Primavera porque tanta idealização sufocava tudo o que havia de bom em mim.
Fugirei de tantos outros que me empurrem a um pedestal.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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