Às vezes olho, sinto, respiro e me pergunto:
O que sou eu? O que faço aqui?
A consciência do mero ato de existir me oprime.
Seja na solidão do meu quarto, no rodamoinho da faculdade,
Na balbúrdia de uma festa ou o fedor da Rua do Ouvidor.
Existo e sou finita. Finita em tudo, embora potente.
A potência do vir-a-ser é também opressora,
Assim como a imutabilidade do que já fui.
Nos dias nublados em que meus desejos
Comprimem tudo por dentro e se esvaziam em irrealização,
Sou blasé, existencial. Sou, apenas,
Esperando por um raio de sol que me reanime as faces.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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