"Se você me pedisse, mesmo que se arrependesse depois, apenas peça. Engula o orgulho e peça. E eu vou com você. Não importa para onde. Não importa nada. Apenas permita que eu roce minha pele contra a sua de vez em quando. Que eu fique calada, ouvindo o som da sua respiração, da sua existência. Peça e eu esqueço que existe um mundo lá fora. Não precisamos ir além da porta do quarto nunca mais. Nunca, nunca mais.
Se você me dissesse, ainda que apenas houvesse escapado de seus lábios, ainda que as palavras não fossem suas. Se você apenas descesse do pedestal por um instante. E lembrasse de mim, eu chorava. Eu ria. Eu virava outra pessoa. E não peço nada em troca. Apenas permita que eu fique olhando seus desenhos de vez em quando. O contorno do seu rosto, apenas permita que eu exista ao seu redor.
Se você apenas permitisse que eu fosse real por um minuto. Que eu pudesse abandonar o palco, pudesse abandonar as mentiras e as lágrimas contidas. Se você apenas dissesse uma palavra só. Talvez três, não peço mais do que isso. Não me importaria nunca com o que pensam os outros e nem mais ousaria pensar. Eu me colaria ao seu corpo para o resto da nossa inútil existência. E juntos o mundo seria menos frio. Apenas me permita ser..."
2009
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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