Hai-kai, Mario Quintana

"Rosa suntuosa e simples,
como podes estar tão vestida
e ao mesmo tempo inteiramente nua?"

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A quimera

"Estou presa de novo
nessa vida tola e medíocre
nesse ostracismo sem fim.

Estou presa de novo
nesse presente ultrapassado
com essa gente tão diferente
tão diferente de mim.

Estou presa de novo
e cortam minhas asas
garantem que eu não voe.

Estou presa de novo
cansada e ferida,
mediocrizada e convencida
que esta gaiola pequena demais

foi feita para mim."


Hmmm... Aulas me torram o saco.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ana

"Que estás fazendo, Ana?
No que estás pensando, louca?
Que estás fazendo, insana?

Que estás fazendo, Ana?
Nesta roupa pouca,
nesta festa profana?

No que estás pensando, Ana?
Dançando, sorrindo,
esta carnavália febril?

Não vês as gentes chorando, Ana?
Brigando, pedindo,
sem pátria-mãe gentil.

Pára, louca!
Pára, profana!

Me deixes em paz!
E não dances, não pules,
nas covas dos meus ancestrais!"


Esse é sobre a minha loucura. Acho que somos todos loucos de um jeito ou de outro. Me inspirei em um poema que Mario Quintana fez sobre a dele e fiz esse aí sobre a minha. Dei um nome à ela, Ana.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Usura

"O que aconteceu?
O que eu quero?
Não sei. Não sei nada.

O que me falta?
Cadê você?
[Quem é você?

Cadê você,
com seu perfume, sua voz?
Cadê você?
Você, que comprou meu passado
[e roubou nosso futuro?

Cadê?
Você, que recolheu minhas lágrimas
e suas promessas numa ampola
e prometeu guardar como amuleto?

A porta do céu custa só uma moeda."



Esse poema foi feito para uma pessoa, mas acho que o postei por culpa de outra. Quem vai saber?