Apaguei suas fotos do meu celular,
Vou te matando aos poucos,
Te expulsando dos espaços do meu cotidiano.
Estou me apropriando das distâncias que você criou,
Aproveitando a inércia da mágoa do seu último chute
na minha boca. Você nunca me amou, disse.
Nunca trem descarrilhado, nunca sonho,
Só inércia.
É para me amar que te desamo,
Para acender o que você sempre viu apagado.
E uma voz me diz: como é difícil me amar!
Como posso me reinventar na negação de lhe ser submissa?
Banzo, fado, silêncio.
Choro na solidão do meu quarto o medo de ser tão reles
Quanto você me fez.
Busco no espelho a ressaca em meus olhos,
Meus cabelos de Iara.
Busco nos meus quadris a quentura da umbigada.
Não as guerrilheiras,
Não as mártires,
Mas os perfumes e as camas
Que não a sua.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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