O ruído dos prédios desabando
Não foi suficiente para abafar o choro das crianças.
A poeira branca cobria tudo
E eu pensava "como vim parar em Gaza?"
Enquanto abraçava a minha garota de Ipanema
Como se ela fosse minha criança, pequena e preciosa.
Foi quando veio a maca pela entrada do subterrâneo
Com médicos da Cruz Vermelha, poeira e sangue.
Sangue no chão e uma cabeça que tremia.
A maca passou por mim. E eu vi que era você.
Você quem morria e espumava, com o corpo queimado.
Foi como se os mísseis houvessem queimado minha carne
Foi como se o pior que esperei na barricada houvesse acontecido.
E eu gritei. Gritei tanto, enquanto me jogava na maca
"Não me abandona! Não me deixa sozinha!"
Gritei seu nome e chorei no sonho.
Você entreabriu os olhos e me viu
Foi quando eu acordei com o rosto molhado
E a garganta doendo.
As coisas se misturam. O massacre e a partida.
Matei você no meu inconsciente
Porque é como se você estivesse morrendo aqui dentro.
"Não me abandona! Não me deixa sozinha!"
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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