O arrepio que tomou conta de minha perna direita
E sobe por meu tronco, eriçando meus pelos com sua passagem,
A ardência que não abandona meus olhos desde cedo,
Meus cabelos sujos, meu pijama improvisado,
Marcas do tédio.
A revista de palavras cruzadas quase completa,
O livro mil vezes aberto,
O arquivo para ser lido,
Os convites pendentes, irrecusáveis, desdenhados,
Marcas do tédio.
A cama bagunçada, que me deixa um canto para acomodar a mim e ao netbook,
Que não arrumo, que não registro.
Peças de roupa jogadas aos cantos, a estante para arrumar...
Marcas do descaso.
Tudo hoje me provoca displicência,
Me causa indiferença,
Arranha o limiar da irritação.
Arranha a aranha, o jarro...
O poema jogado, sem estilo, sem cuidado.
Os lábios mordidos, feridos, despelando.
Foi um dia de sol lindo hoje,
Com brisa e pássaros cantando aqui perto.
Um dia em que tudo me convidava a sair.
E eu, mimada, entediada, recusei. Recuso tudo hoje.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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