Acho que nós dois tínhamos medo demais.
Talvez eu tivesse mais medo do que você,
Com certeza tinha mais medo do que achava.
De ficar sozinha, de não ser correspondida,
De ser ridícula.
Carlos me ensinou que o ridículo é necessário ao amor,
Mas eu não aprendi. Só com você.
Ponho a mão em concha em seu rosto
E nossos narizes se encostam,
Em um ato sagrado como no antigo Kemet.
Nossas bocas estão ocupadas demais, sorrindo.
Ver-te é sorrir - se não com os lábios, com o peito.
As coisas vieram no tempo certo,
Como se gestadas feito um filho.
Outrora acreditei-nos abortados de medo.
Mas nós crescemos, o futuro virou presente
E eu passei a ter coragem.
Coragem de ser gente franca e feliz.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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