Não há água nos céus de Brasília.
E, sob nós, repousa em silêncio
Imenso lençol freático.
Não há água nos céus de Brasília.
De longe viemos a essa terra,
Encharcados de sonhos, esperando os ventos úmidos de mudança.
É seca a terra de Brasília
E sonhamos com trovões e chuva.
Rezamos a cada nuvem que nos deixe o princípio da revolução.
Escarvamos essa terra de mãos nuas.
Escarvamos ouvindo o lago sob nós,
Esperando abrir uma fonte, uma brecha.
Mas a água que molha o chão
Escorre das frontes dos tolos.
(São gotas de sangue de sonho)
É seca a terra de Brasília
E a escarvamos com as mãos em carne-viva.
Somos tolos, estamos certos:
Choverá.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos
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