Me sentou no colo, olhou nos meus olhos
E disse que o tempo sabe o tempo que tem
Que a vida vem sem pressa
E que a infância vai numa virada de esquina.
Me sentou no colo, olhou nos meus olhos
E afastou a franja comprida,
Riu comigo da espinha no queixo
E disse que o tempo sabe o tempo que tem
Que a vida vem sem pressa
E que o amor acalenta a espera.
Deitou minha cabeça em seus joelhos
(eu já não mais cabia no colo),
Bagunçou meu cabelo curto,
Chorou comigo um coração partido
E disse que o tempo sabe o tempo que tem
Que a vida vem sem pressa
E que o amor espera em uma gota de chuva.
De colos, macios e quentes, faz a memória
Do afeto longo como posso recordar.
A vida vem sem pressa,
O amor é seu amigo.
E o tempo? O tempo sabe o tempo que tem.
Masturbação na Era Vitoriana
Há 11 anos