Fomos felizes. Tivemos momentos de gargalhadas incontroláveis ou de abraços gentis. Nos separamos sem uma palavra, depois de uma briga feia, depois de diversas conversas... Eu não era nada para você, eu fui sua musa, nós fomos um bom affair, você não sabia beijar... Eu ainda fuxico o seu facebook, você comenta minhas atualizações, nos vemos de relance nos corredores do IFCS, você desapareceu para sempre, você é filho de alguém que continua na minha vida...
Todos os listados acima se aplicam a uma ou mais pessoas que passaram pela minha vida, romanticamente ou não. Eu fiquei na minha vida depois que elas foram embora, mais ou menos ferida, mais ou menos incomodada, mais ou menos satisfeita.
O que sobra de bom, principalmente, são as bandas favoritas, os filmes e os livros recomendados que vão se acumulando pelos cantinhos da memória.
Você, que passou umas horas de uma madrugada na minha casa, que foi ao cinema comigo uma única vez, ainda ouço a banda que me recomendou. Você, dos cabelos multicoloridos, que me feriu como ninguém nunca tinha feito antes e que relutei tanto em abrir mão, ainda canto pela rua, ainda leio os poemas que líamos juntxs. Você, que não entendia metáforas, ainda lembro o documentário que vimos.
A explicação para a permanência do que não devia haver, creio eu, é que me apropriei - posseira - das coisas que vocês queriam me mostrar de relance, dos flashes de existência compartilhada.
O que será que eu deixei para vocês?