"Nossos dias de Primavera têm sido tranquilos,
Não houve tempestades e não é como
Se eu ansiasse por elas.
Você diz que vivemos em tons de amarelo e branco,
Eu vejo sol e nuvens.
Às vezes te amo tanto que o sol queima tudo
E, nessas horas, até a terra árida me é bela.
Quase sempre meu amor por você se assemelha
À garoa fina em São Paulo:
Não percebemos que chove, não notamos sua presença,
Mas estamos completamente encharcados.
Você veio para derrubar todos os meus preconceitos
Sobre as delicadas artes do amor,
Você me ensina a amar e, o que sempre me foi mais difícil,
Ser amada.
Como a Primavera não precisa apenas de flores para existir,
Minha compreensão dos seus sentimentos
Transpõe a barreira bela e contemporânea das palavras.
Seus olhos e sorrisos tão cheios de faísca e viço
Inflam o meu ego
E adormecem minhas antigas ansiedades.
Platão morreu em tempos imemoriais,
Mas a Primavera sempre estará no mundo,
Com seus sussurros frescos de beleza e saudade,
Para lembrar-nos da nossa juventude compartilhada.
Nem toda a água do mundo lavará de mim as nossas marcas,
Ainda bem."
14/12/2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
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